domingo, 4 de outubro de 2009

Futurismo

Foi um movimento artístico e literário, que surgiu oficialmente em 22/09/1909 com a publicação do Manifesto Futurista, pelo poeta italiano Filippo Marinetti, no jornal francês Le Figaro. Os adeptos do movimento rejeitavam o moralismo e o passado, e suas obras baseavam-se fortemente na velocidade e nos desenvolvimentos tecnológicos do final do século XIX. Apresentava um novo tipo de beleza, baseado na velocidade e na elevação da violência.
O futurismo desenvolveu-se em todas as artes, influenciando vários artistas que posteriormente instituíram outros movimentos modernistas. Repercutiu principalmente na França e na Itália, onde vários artistas, entre eles Marinetti, se identificaram com o fascismo.
Na arquitetura quem fundou as bases ideológicas e projetuais da arquitetura futurista foi Antonio Sant’Elia, principal arquiteto e divulgador do Futurismo influenciado pelas idéias de Otto Wagner e pelas cidades industriais dos Estados Unidos. Produziu desenhos de grande impacto da sua Città Nuova (Cidade Nova), com escala monumental de megalópoles com arranha-céus, passarelas e vias suspensas para veículos. Estes são aspectos reveladores da crescente atividade industrial e do aparecimento de novas tecnologias e materiais, utilizados nos seus discursos e desenhos. As suas obras influenciaram arquitetos contemporâneos e anteciparam as cidades e o urbanismo modernos com planos das edificações que recuam conforme ganham altura, possibilitando a iluminação das vias térreas e a circulação do ar. As cidades, com a sua elevada densidade populacional, procuravam ordenamento consoante ao seu crescimento.
Características do Futurismo:
- Desvalorização da tradição e do moralismo;
- Valorização do desenvolvimento industrial e tecnológico;
- Propaganda como principal forma de comunicação;
- Uso de onomatopéias (palavras com sonoridade que imitam ruídos, vozes, sons de objetos) nas poesias;
- Poesias com uso de frases fragmentadas para passar a idéia de velocidade;
- Pinturas com uso de cores vivas e contrastes. Sobreposição de imagens, traços e pequenas deformações para passar a idéia de movimento e dinamismo.

Desenhos de Sant'Elia para sua Città Nuova (Cidade Nova)

Além do Futurismo outras vanguardas que se destacam são a Bauhaus, o Construtivismo Russo, o De Stijl, o Cubismo, o Expressionismo, o Racionalismo Italiano e a Escola de Glasgow.

Nesse link você pode ver um vídeo muito interessante, com muitas imagens, que fala sobre o futurismo: Movimento Futurista

Abajur inspirado no Futurismo

O equipamento foi pensado visando atender algumas das principais características do futurismo, ou seja, horizontalidade, movimento, monumentalidade, e também que fosse funcional e que pudesse ser produzido em grande escala.

DESCRIÇÃO:
Suporte robusto em madeira se sobressai, da estrutura, seguido de uma haste de suporte para o bojo feito em PVC vazado, imitando tubulação, quadrado e bastante alongado em relação ao suporte nos remetendo a sensação de horizontalidade e com ornamentos em PVC que sobressaem do suporte, imitando o sistema de refrigeração de um motor (moto); o bojo é em forma cilíndrica com sua base fechada, a parte superior aberta e a lateral semifechada com lâminas de PVC colocadas em ângulo e revestido com papel celofane verde, isso tudo com o objetivo de dar movimento à luz, que não se irradia pela parte inferior, pela parte superior irradia-se em sua plenitude e pelas laterais temos um jogo de luz e sombra que se transferem para o ambiente gerando um movimento de luz plena, luz com bloqueio e penumbra.

Dê a sua opinião: Esse objeto atende as características do Futurismo?


Quanto você daria por esse objeto? Leve em consideração a produção artesanal e a exclusividade, por ser um objeto único.

Vanguardas Modernistas

Encontrei no YouTube um vídeo muito interessante sobre as Vanguardas e o Modernismo, mostrando suas 5 principais vertentes e também seus seguidores no Brasil.
Espero que gostem!

ART NOUVEAU - Arte Nova

Esse movimento surgiu entre os anos de 1890 e 1910, essencialmente decorativo, bastante expressivo voltado mais à decoração de interiores e à decoração do que à arquitetura. Recebeu diversos nomes nos países onde se manifestou, apesar de ter sido um estilo de curta duração.

Procupava-se com a originalidade da forma e com a exploração de novos materiais, usando principalmente o ferro e o vidro nos edifícios. Foi uma tentativa de encontrar uma aparência nova para uma nova época e também um movimento precioso no desenvolvimento da estética moderna, da idade do Yellow Book, do absinto, dos charutos, dos roupões de seda e do balé russo.

Uma certa decadência deste estilo pode ser observada ao olhar as entradas Art Nouveau do metrô de Paris, de Hector Guimard. Contrapondo esta decadência, destacam-se as casas de Bruxelas de Victor Horta, sendo uma delas o Hotel Tassel (1892-1893), uma obra de arte fascinante com assoalhos ricos em mosaicos e paredes pintadas em torno de um poço de escada decorado com um refinado jogo de flores e formas vegetais, características do estilo.

Entradas do metrô de Paris, do arquiteto e designer Hector Guimard, feitas de ferro fundido em formas vegetais, são seu trabalho mais conhecido.

Hotel Tassel, Bruxelas. Sua escada tem suportes sinuosos em ferro reproduzindo o movimento de trepadeiras. Horta também usa formas vegetais no desenho de balaústres, papel de parede e mosaicos.

A ARQUITETURA DO FERRO

Galeria das Máquinas - 422m de comprimento, vão coberto de 114m e altura de 47m.


Somente a partir de progressos industriais do final do séc.XVIII a produção de ferro em grandes quantidades foi possível e também sua aplicação à maioria dos edifícios. Antes disso o ferro só era utilizado como reforço em tirantes, correntes, etc.
As primeiras construções que se utilizaram do ferro foram os pavilhões de exposições e estações ferroviárias e também na construção de pontes.

Palácio de Cristal - Joseph Paxton


Ferro e vidro foram introduzidos na construção civil trazendo muitas vantagens tanto no lado estrutural quanto construtivo, pois possibilitou maior rapidez na execução das obras.
Apesar das vantagens que o ferro trouxe, no séc.XIX tudo o que hoje temos como arquitetura do ferro, não era considerado arquitetura. Fábricas, armazéns, pontes com grandes vãos, naves para exposições, estações ferroviárias, enfim, inúmeras novas propostas construtivas necessárias ao desenvolvimento crescente da população e da industria, eram vistas apenas como construções utilitárias e nada tinham a ver com arquitetura. Um dos principais exemplos desse pensamento foi a Torre Eiffel, projeto do engenheiro Gustavo Eiffel para a Exposição Mundial de Paris, em 1889. Declarada como a vergonha de Paris destinava-se a ser demolida após a Exposição.

Torre Eiffel, 1889 - Gustavo Eiffel. Com altura de 300m permaneceu por 40 anos como a construção mais alta erigida pelo homem.


Estação King's Cross

Nas estações ferroviárias as grandes naves com estrutura de ferro eram escondidas com fachadas revivalistas em pedra, voltadas para a cidade.
Como as construções executadas com suportes e vigas em metal já não necessitavam de paredes estruturais, começa aí a maior revolução técnica da história da arquitetura "a construção maciça foi substituída por uma construção estrutural, que permitia a execução de edificações, praticamente de qualquer dimensão, tanto em altura como em área, com elementos pré-frabicados e em tempo recorde".
Para tornar perfeita a revolução desta nova técnica de edificação, ao metal juntou-se o betão (concreto armado de hoje). Material resistente à pressão, que permitia a pré-fabricação de elementos construtivos, versátil, aplicado juntamente com o com armaduras de varões de aço (ou ferro) , basicamente eliminaram os pontos fracos da construção realizada, na época, com esses materiais. O peso da própria estrutura do edifício pôde ser reduzido ainda mais, tornando-se possível sobrepor um número cada vez maior de pisos, assim possibilitando aumentar cada vez mais a área útil de uma mesma área de terreno.

ARTES E OFÍCIOS

Do inglês Arts & Crafts, surgia na Inglaterra na segunda metade do séc.XIX. Foi influenciado pelas idéias do romântico John Ruskin e liderado pelo socialista e medievalista William Morris. Os arquitetos deste movimento detestavam a era da máquina e o uso de estruturas de aço e concreto armado, pois queriam casas inglesas construídas por honestos artesãos ingleses, tudo feito à mão, apenas com materiais locais, e as formas das construções deviam ser honestamente expressas. Era um estilo que oferecia uma fuga à dura realidade da Inglaterra industrial. Não havia nenhum estilo fixo, dependia do arquiteto e de suas convicções. Como principal exemplo temos a casa Perrycroft, em Colwall, Herefordshire, projetada por Charles Francis Annesley Voysey (1857-1941). A casa, um tanto antiquada, tem planta de fluxo livre, interiores gloriosamente claros, solidez em sua estrutra e detalhes trabalhados à mão, como trincos de janela, maçanetas, lareiras. Chamada pelos arquitetos do movimento de casa "honesta", não tem decoração gratuita.

Perrycroft, Colwall, Herdfordshire, 1893-1895
Afetou além do mundo refinado da casa de campo inglesa, o projeto da casa comum ou suburbana do séc.XX, dos conjuntos residenciais e humildes em toda extensão do império britânico e em partes da Europa central, em especial em Viena, onde teve vínculos estreitos com a Secessão vienense.
Outros nomes do movimento: E. S. Pior (1852-1932); Edwin Lutyens (1869-1944); Charles Rennie Mackintosh (1868-1909), obra-prima Glasgow School of Art.

Glasgow School of Art, 1897-1909

Revivescência Gótica

O gótico revivido chegou praticamente a todas as partes do mundo, podendo ser encontrado em Xangai, Coréia entre outros. Considerado o estilo de vida da alta era vitoriana, foi barado por um cristianismo vigoroso e reanimado. Foi também uma força de libertação que livrou jovens arquitetos das forças limitadoras do classicismo. Na Inglaterra foi um voto de autoconfiança de jovens talentos nativos na história e nos valores artísticos ingleses, opondo-se aos franceses e italianos.
Em sua revivescência o estilo gótico no século XX não era utilizado somente em igrejas, mas em outras edificações por ser um estilo flexível de projeto possibilitando diversos usos, onde podemos citar prefeituras, tribunais de justiça, estações ferroviárias, grandes hotéis.
Fora da Inglaterra a revivescência gótica foi bastante difundida, mas com menos vigor.
Prolongou-se no séc.XX, talvez tendo seu florescimento final na catedral anglicana de Liverpool, de Sur Giles Gilbert Scott, que torna-se um exemplo dramático por ser um pico de arenito vermelho que não tem nada do calor da obra medieval e é melhor comparada com usinas de energia que o mesmo arquiteto construiu mais tarde.

Catedral Anglicana de Liverpool, 1903 - 1978. Está entre os últimos edifícios da revivescência gótica.

Uma das maiores diferenças entre o Gótico original e sua revivescência que podemos citar é a deformação da verticalidade nos edifícios, um certo achatamento, e também a perversão no uso do estilo, antes somente utilizado em igrejas.

Notre Dame de Chartres - Gótica
Tribunais de Justiça Reais, Londres - Revivescência Gótica.
Augustus Pugin é considerado a mola mestra da arqueologicamente correta revivescência gótica. Viveu com rapidez e morreu louco. Pugin acreditava que um edifício não devia ter nenhuma característica que não fosse necessária à conveniência, à construção ou ao decoro, e que o ornamento devia limitar-se à estrutura essencial do edifício. Era contra todas as formas de imitação e zombava do que via como arquitetura vistosa, extraída de estilos históricos típicos de contos de fadas.

Palácio de Westminster, Londres. Pugin foi responsável não apenas pela modelagem do interior e pelo detalhamento exterior das fachadas do palácio, mas também por itens como o papel de parede e os tinteiros. O design é preservado até hoje.

Considerado também um dos maiores arquitetos desse estilo Karl Friedrich Schinkel, ao contrário de muitos outros, em suas obras tentou traduzir a arquitetura da Grécia antiga ao invés de copiá-la. Seus edifícios caracterizam-se não somente por sua beleza profunda e elementar, mas também por seu rigor. Primeiro funcionalista de verdade, seus edifícios expressam claramente a própria estrutura; fazem uso de tecnologia e materias novos, quando necessário. Foi um administrador-arquiteto, estudou academicamente e mostrou ser competente em todas as tarefas que assumiu como podemos observar no edifício do Altes Museum, em Berlim, na Casa do Jardineiro da Corte, em Postdam, na funcional Academia de Arquitetura, também em Berlim.

Altes Museum, Berlim

"O detalhamento e o projeto arquitetônicos - a arte da arquitetura - nuca devem ocultar as formas estruturais maiores". Karl Friedrich Schinkel

quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Neoclassicismo

O Neoclassicismo foi um movimento cultural do fim do séc. XVIII, identificado com a retomada da cultura clássica por parte da Europa Ocidental em reação ao estilo Barroco. Propõe a discussão dos valores clássicos, em contraposição ao Classicismo renascentista. Para os neoclassicistas, os princípios da era clássica deveriam ser adaptados à realidade moderna.
Na arquitetura, o neoclassicismo foi produto da reação antibarroco e anti-rococó, levada a cabo pelos novos artistas-intelectuais do séc. XVIII.
Algumas de suas características são:
- uso de materiais nobres (pedra, mármore, granito, madeiras);
- processos técnicos avançados;
- formas regulares, geométricas e simétricas;
- uso de abóbada de berço ou de aresta;
- uso de cúpulas, com freqüência marcadas pela monumentalidade;
- pórticos colunados;
- entablamentos direitos;
- frontões triangulares;
- decoração recorreu a elementos estruturais com formas clássicas, à pintura rural e ao relevo em estuque;
- valorizou a intimidade e o conforto nas mansões familiares.


Monumento a Lincoln, Washington - projetado por Henry Bacon.

Nos EUA foi difundido por Thomas Jefferson (1743-1826), que estabeleceu o que quase pode ser chamado de arquitetura oficial dos Estados Unidos durante a maior parte do século ou mais. Ele desenvolveu suas idéias arquitetônicas enquanto vivia na França na década de 1780. Adotou o estilo palladiano considerado chic na França quando Jefferson chegou. Alguns dos elementos de destaque são os frontões, as colunas, o uso do tijolo aparente (sem revestimento).
Os edifícios que se destacam são o Capitólio do Estado, em Richmond – Virgínia, tendo Jefferson se inspirado pela Maison Carrée, em Nimes; também se destaca a Universidade de Virgínia, em Charlottesville, e a engenhosa casa em Monticello perto de Charlottesville, onde homenageia à Villa Capra de Palladio.


Villa Capra de Palladio


Casa em Monticello, Virgínia - Thomas Jefferson




Maison Carrée, Nimes


Capitólio do Estado, Richmond, Virgínia



Universidade de Virgínia, Charlottesville